Não sei o que dizer, de novo. Você sempre me deixa sem saber o que dizer. Logo eu né? Que falo tanto, que escrevo tanto, palpito tanto. Agora, não sei o que dizer. Parece que já faz um milhão de anos que não estamos mais juntos,mas só tem uma semana e uns dias quebrados. Deve ser normal eu ainda não estar acostumada com isso, certo? Quero dizer, ainda não deu tempo de cicatrizar em mim. Ainda não entendi como tudo aconteceu, e a essa altura, nem sei mais se quero entender. No começo, questionei, achei que não precisava ser assim, mas agora, estou começando a achar, que não teria outra maneira, então, melhor que seja do seu jeito. Vamos pular antes que o barco afunde, não é mesmo? Afinal, você não sabe nadar, e não me deixa te ensinar, então, antes que o barco afunde, e acabemos nos afogando, melhor pegar o colete salva – vidas e pular. Fechar os olhos e deixar que a maré da vida, gelada que só ela, nos leve a algum lugar.
Sem explicações. Sem tentar entender. Não dá mais tempo mesmo. O barco furou e a gente nem viu, preocupados demais com o que passou, esquecemos de cuidar do presente. Preocupados demais com o futuro, esquecemos de viver o agora. O barco, estava pesado demais. Muitas mágoas guardadas, baús cheios de rancores, que deveriam ser jogados fora, estavam pesando. E a gente continuou remando, mesmo sentindo o peso, até onde deu, até onde nossos braços suportaram, até que você desistiu de remar. E eu infelizmente, não posso remar sozinha, não esse barco, é pesado demais pra mim, então, eu parei também. E ficamos a deriva, esperando para ver até onde o vento levava, até que traiçoeiro que só, o vento nos levou até um iceberg, igualzinho do Titanic. E o nosso barco, que já estava pesado demais, furou, e a gente nem viu.
Dizem que no fim, a gente pensa no começo. E é difícil dizer, mas quando eu te vi, não foi como amor a primeira vista. Mas depois, foi confuso, deu um nó na minha mente. Como diria o garoto de Crepúsculo, era como uma atração gravitacional. Quando eu te via, de repente, não era mais a Terra que me mantia aqui. Era você. E nada mais importava , só você. E eu faria qualquer coisa por você, qualquer coisa mesmo. Eu seria qualquer coisa por você, me tornaria o que precisasse, uma protetora, uma amante, uma amiga, uma irmã, qualquer coisa. E apesar do barco estar furado agora, continua sendo assim.
Cobriu nossos pés, não há mais tempo, melhor pular enquanto há tempo, antes que o barco afunde de vez. Espero que com ele, todas as mágoas, os rancores, afundem juntos, e morram afogados. Pra você? Desejo sorte, que você consiga chegar até a terra firme, que seus pés finalmente alcancem o chão, e que seu coração e mente se encham de paz e conforto por deixar peso pra trás. Quanto a mim? Vou me agarrar ao bote salva vidas, e continuar a respirar, esperando para ver até onde a maré vai me levar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário